No início do ano, falei-vos sobre a
Ayahuasca. Uma planta mestra, a planta Mãe de todas as plantas. Podem saber mais sobre este incrível espirito cheio de amor incondicional no artigo
“Uma viagem espiritual – a Ayahuasca“. Desta vez venho falar-vos da Iboga, um outro espirito com tanto amor como a
Ayahuasca. A Iboga leva-nos a mergulhar numa intensa experiência espiritual.
Enquanto a
Ayahuasca consideramos a
MÃE das PLANTAS, a Iboga consideramos a
AVÓ DAS PLANTAS, as duas pertencem ao reino universal de todas as plantas, tanto aquelas que conheces, como aquelas que estão noutras dimensões inferiores e superiores.
Conheci a Iboga à alguns anos atrás, logo depois de ter conhecido a
Ayahuasca. De igual forma, assim que ouvi o nome IBOGA, senti que um dia teria de deixar o meu espirito conectar-se com esta energia. A Iboga ao contrário da
Ayahuasca que é um planta (melhor, são duas plantas que quando cozinhadas juntas, formam o DMT que vai entrar em contacto o nosso corpo e assim proporcionar a limpeza, a evolução e encaminhamento da nossa vida),
não é uma planta, é uma raiz é através destas raízes que ela deixa usar a sua ibogaína (a substância ativa da Iboga).
O primeiro toque da raiz de Iboga na nossa boca é o suficiente para vomitarmos tudo o que acabamos de tentar engolir.
Carina Barbosa
Sobre a ibogaína:
Em Portugal a Iboga não está considerada nem legal nem ilegal, é algo que não está definido, no entanto na Holanda é considerada ilegal por conter ibogaína e portanto o consumo dela lá deve ser feito com mais conhecimento e precaução. Nesta altura aproveito para dizer para conhecerem muito bem a pessoa que vai dirigir a cerimónia, pois é de extrema importância que seja alguém de confiança, já que os efeitos desta raiz são fortíssimos ao ponto de perdermos a noção do tempo e do espaço. A ibogaína é a substância que a Iboga contém, apesar do nome terminar em “ína” assim como a cocaína, heroína, morfina, cafeína, entre outras, não fiquem com a ideia de ser uma droga. A terminação “ína” significa apenas que é uma planta em que a sua substância é alcalóide (mais cientificamente contêm na sua fórmula: nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e carbono). Apenas isso.
O que é á iboga?
A Iboga é uma planta (o nome técnico é Tabernanthe Iboga), cresce na África Ocidental e Central. A parte da planta que é usada nas cerimónias é a parte da raiz. Também é chamada de “Holy Wood” (Raiz Santa em português), esta forma carinhosa de tratar a raiz da Iboga faz todo o sentido para mim, uma vez que a Iboga é realmente um espirito maravilhoso onde nos entregamos de corpo e alma para que ela possa fazer o seu trabalho espiritual. Iboga vem do verbo “boghaga”, que significa “cuidar de” numa das línguas tradicionais africanas (Tsogo).
Quando te ligas ao teu interior, sabes que descobriste o universo
A Iboga uma vez consumida vai ser absorvida rapidamente pelo nosso sistema e começa o trabalho espiritual. É muito utilizada na cura de vícios, drogas (leves e pesadas), tabaco e alcool. Para quem está no vício das drogas leves ou duras e quer libertar-se destas substâncias, a Iboga é a melhor das terapias, experiências e cura – uma vez que a ibogaína é a substância ativa saudável que vai limpar estes vícios e limpar as substâncias que causam a dependência. Para limpar vícios de drogas pesadas são usadas doses diferentes e superiores de ibogaína, do que para uma experiência espiritual e curativa, em que as doses são muito mais baixas.
Também outro tipo de vícios como, comer em excesso, vícios nos pensamentos negativos, vícios na inveja, entre outros tipos de vícios que possam ser sentidos pelos Seres Humanos. A Iboga trabalha ao nível dos 3 primeiros chakras, ou seja
trabalha muito a nossa parte física, por isso é talvez um trabalho mais terrestre . A
Ayahuasca fica muito dedicada ao trabalho mais espiritual (sendo que a
Ayahuasca também trata vícios de pornografia e drogas ou seja algo também terrestre – A
Ayahuasca trata muitos vícios também, mas é mais forte o tratamento quando é combinada com plantas específicas para esse propósito). A Iboga, faz um trabalho muito centrado em nós e na nossa vida aqui na Terra,
é um trabalho de transformação interior fantástico, que nos faz encontrar a nossa verdadeira natureza.
A Iboga faz um reset físico e espiritual ao nosso ser o que ajuda na evolução mais rápida. Libertamos os padrões comuns como o Ego Humano, as invejas, apego, os medos e receios e damos espaço às nossas emoções, ao conhecimento e às experiências de luz e amor, à auto-confiança, auto-estima e amor-próprio, pois aquilo que nos bloqueava é limpo para nos trazer agora mais certezas.
Podemos fazer esta analogia:
a Ayahuasca como é uma trepadeira eleva-nos a nossa consciência ao Universo, é mais divina e trabalha muito com os chakras superiores, por outro lado como a Iboga é uma raiz enraíza-nos mais, é mais terrestre, assim trabalha mais com os chakras inferiores.
O sabor da Iboga é tão forte e acre como o da
Ayahuasca, mas mais difícil de engolir. O primeiro toque da raiz de Iboga na nossa boca é o suficiente para vomitarmos tudo o que acabamos de tentar engolir. Podem no entanto optar por comprimidos de Iboga se acharem mais fáceis de engolir, mas como fiquei apelidada nesta última cerimónia de “Iboga Gladiator”, imaginam o que eu aguentei certo?
Como funciona a cerimónia?
Antes de iniciarmos a cerimónia colocamos as nossas intenções (podem ser quantas as que quisermos). Mas sabemos exatamente que
a Iboga pode não escolher nenhuma delas e trabalhar naquilo que é realmente importante aprendermos, trabalharmos e desbloquearmos. Iboga trabalha no nível subconsciente e no cérebro.
As doses são variáveis, consoante o nosso peso e a forma como aguentamos. Faz-se sempre um teste pequenino para quem dirige a cerimónia saber como nos comportamos, quanto tempo demora a iniciar os efeitos e também sabermos o que achamos da Iboga e dos seus efeitos.
Na
Ayahuasca indígena ouvimos os Icaros, na
Ayahuasca Santo Daime ouvimos os Hinos, aqui, na Iboga ouvimos os cânticos dos Bwiti (a tribo da Iboga). Na minha segunda experiência achei a música muito irritante, parecia que gritavam nos meus ouvidos, na terceira que tive com a Iboga adorei estes cânticos e por vezes sabia que eles estavam lá, mas parecia que havia momentos que não os ouvia. Estes cânticos ajudam imenso a sentia Iboga a mexer dentro de nós, parece que somos guiados pelos instrumentos e pelas vozes dos Bwiti.
Também com a Iboga existe a purga, penso mesmo que esta purga é ainda mais forte do que da
Ayahuasca, parece que vêm dos confins da nossa alma, mas é praticamente impossível dizer qual a purga mais forte, uma vez que todas as cerimónias são completamente diferentes, assim como os bloqueios, intenções que possamos ter.
Transformada e criada pelo universo, para ser consumida por nós e ajudar-nos na nossa evolução
Quanto tomei iboga
Tomei Iboga pela primeira vez em 2016, já a conhecia à algum tempo através de uma outra pessoa que já tinha tomado, apenas nesta altura conseguia a oportunidade que aguardava por mim. Tomei pela primeira vez na Holanda (podem ver o artigo onde falo um pouco da minha viagem à Holanda em “
Sopa de Curgete na Caneca (foi na Holanda que conheci esta sopa e a tomei no dia seguinte à cerimónia que soube imensamente bem). Tive algum receio confesso, não sabia como era uma cerimónia de Iboga, mas sabia por me contarem, que era algo ainda mais forte e forte já eu conhecia o que era com a
Ayahuasca. No entanto a minha vontade de crescer espiritualmente, de me desbloquear eram ainda mais fortes e foi o que me fazia mover.
A minha primeira experiência foi fantástica,
entreguei-me totalmente à Iboga e mesmo assim ainda consegui ir vendo como estava minha mãe (sim, ela também tomou – é uma super-mulher),
só não conseguia ver o Artem (o meu namorado, porque ele ficou num quarto diferente e sim ele também tomou ^^ ). Como disse em cima, perdemos noção do tempo e do espaço – lembro-me de começarmos a primeira toma às 22h00 da noite parece que apenas passaram umas 5 / 7 horas e quando me levantei (ainda meia lenta e tonta) já eram 16h30 do outro dia, fantástico.
Depois de já ter feito imensas cerimónias com a
Ayahuasca,
nunca tinha tido visões tão incríveis como tive com a Iboga, são literalmente visões, é particularmente difícil descrever tão lindas imagens. Vi imensas energias que não eram boas para mim a serem limpas. Senti uma conexão muito grande ao amor e a tudo o que a vida nos oferece.
Bem, fiquei entregue a esta energia lindíssima e claro que iria querer voltar. Assim foi dois anos depois, houve novamente a porta da oportunidade aberta e em 2018 voltamos a aceitar esta oferta do Universo. Desta vez com uma pessoa diferente e foi cá em Portugal. Estávamos a pensar voltar à Holanda para novamente estamos com a Iboga, mas mais rapidamente descobrimos que quem ficou sucessora das cerimónias de Iboga na Holanda (quem conhecemos tinha desistido), vinha a Portugal pela primeira vez – só podia ser uma oferta do Universo. As vagas são sempre muito limitadas, mas haviam exatamente 3 (era só isso que precisamos ouvir).
Desta vez ficamos os 3 juntos lado a lado e foi fantástico esta nova experiência. Fiquei muito amiga da menina que faz as cerimónias e só posso dizer que ela é uma doçura de pessoa. É toda a certeza uma pessoa com uma energia brilhante e com quem adoro comunicar-me. Obrigada pela oportunidade e por teres uma energia tão boa.
Esta cerimónia foi muito diferente, mas igualmente maravilhosa… foram 2 dias começávamos às 17h30 e acabávamos às 5h00 da manhã o que era fantástico para tentar descansar durante a noite. Mas com Iboga ninguém dorme, é muito difícil adormecer por mais sono que tenhamos, mesmo depois da cerimónia terminar.
Os níveis altos de ibogaina mantém-nos completamente despertos. Na primeira noite não consegui dormir nada até ao fim da segunda noite. É cansativo, mas uma sensação muito boa. Antes da cerimónia
sentia imensos desbloqueios na vida e durante aquela semana depois cerimónia sentimos uma diferença imensa nas nossas vidas. As mudanças continuam a ser feitas durante 1 ano… o tempo que a Iboga permanece nos nossos corpos, m.a.r.a.v.i.l.h.o.s.o
Como disse em cima; na Iboga ouvimos os cânticos dos Bwiti (a tríbo da Iboga). É horrível no início, só queria que eles se calassem de uma vez por todas porque aquela música entrava por todos os poros do meu corpo, mas quando entramos mesmo no centro da cerimónia aquelas músicas altíssimas e estridentes, começam a fazer parte da limpeza. É deveras interessante. Dei por mim a cantar, parecia que conhecia as músicas. Desta vez as visões foram tão diferentes, sentia-me a flutuar no Universo e que absorvia tanto conhecimento que não sabia onde poderia colocar tudo aquilo em mim. O que
senti muito fortemente durante toda a cerimónia é que os problemas não são problemas e naquele momento nada parece errado e tudo é tão fácil de ser determinado e construído por nós. Só temos mesmo de querer.
Gratidão universo pelas oportunidades que me dás
Não quero que fique a imagem de que a Iboga é uma droga, ela está muito longe de o ser. Pode ser considerada uma droga em alguns países por conter substâncias psicoativas, mas de todo não é uma droga. É uma planta natural que cresce no nosso planeta Terra, assim como outras que são consideradas drogas se não fossem usadas para fins de divertimento e apenas entrar na “moca” eram também curativas. Tudo o quanto nasce no planeta serve para nos ajudar – umas vezes é desviado para os negócios negros, outras é limitada pelos governos – porquê? porque nos abre demasiado a mente e deixa-nos pessoas mais evoluídas e isso não é de todo algo que os governos queiram.
A Iboga é uma energia amiga e que sabe exatamente aquilo que precisas.
Iboga em portugal
Vão haver novamente muitos mais retiros de Iboga em Portugal, caso tenhas interesse em participar numa cerimónia e saber mais sobre esta medicina, entra em
contacto comigo.